Publicado el 22 de Octubre de 2024
Minas Gerais é um estado do Brasil, esta região na época colonial tinha a extração de ouro e diamantes pelos colonizadores portugueses como centro de sua economia, mas hoje ressurge pelas suas pequenas produções de vinhos de alta qualidade. A viticultura mineira é única e incompreensível para muitos enólogos do mundo, pois suas colheitas são no inverno, graças à técnica de poda dupla. A prática foi desenvolvida no Brasil. Esta modalidade ‘’engana ‘’ a videira para que experimente condições climáticas semelhantes às das culturas tradicionais europeias.
Quando Luiz Porto decidiu transformar a sua paixão pelo vinho numa atividade rentável, já sabia que estava no caminho certo. No Sul de Minas, região geológica única no mundo, ele encontrou todas as características para que suas mudas importadas da França expressassem ao máximo sua qualidade. Mas para que seu projeto renascesse como natureza, ele sabia que precisaria ter uma conversa íntima com a Mãe Terra, rito ancestral que o homem pratica há dez mil anos, o fiz cavalgando entre as plantações de café. Essa ideia de que uva e café pertencem a universos diferentes é uma falsa ideia, porque já no distante Iêmen, desde o início foram grandes produtores de café e uvas para vinho. O café (Mocha), a bebida mais famosa do mundo, não é apenas o único símbolo do Iémen, mas o Iémen também tem uma ligação profunda com as "uvas" que remontam a milhares de anos, encarnadas pela deusa do vinho "That Ale" e pela " Hino do Sol Himyarita".
Um dia Luiz Porto não abriu sua fazenda, deu férias a todos e procurou refletir na solidão em suas terras na pequena Cordislândia. Ele preparou seu cavalo e cavalgou tendo o sol como testemunha e percorreu cada pedaço de solo de sua propriedade, conversando com a mãe terra ancestral à qual nossa espécie sempre se rende. Confessou à natureza seu sonho, meditação e cumplicidade, características marcantes do povo mineiro.
No século XIX, a região de Minas Gerais já contava com algumas espécies de uvas portuguesas e francesas, e a produção de vinho era estimulada principalmente pelo clero para ter vinhos para as missas.
A observação revolucionária de Saint-Hilaire destacou que em algumas regiões de Minas Gerais as uvas colhidas no inverno seco eram de melhor qualidade do que as colhidas no verão, observação que mudaria tudo na história do vinho da região central do Brasil.
Essa nota do botânico francês não passou despercebida ao pesquisador Murillo, de Albuquerque Regina, que começou a implementar em 2001 a técnica conhecida como poda dupla nos vinhedos mineiros, que consiste em inverter o ciclo da planta e colher as uvas no inverno.
“A Serra da Mantiqueira é um fator crucial.” A uma altitude de 900 a 1.500 metros, as uvas conseguem manter uma acidez acentuada tanto nos vinhos tintos como nos brancos, permitindo que os vinhos se expressem com frescura e equilíbrio.
Quando conversamos com Luiz Porto Júnior, proprietário da vinícola Luiz Porto, ele nos conta que é evidente sua paixão pela produção de vinhos finos em Minas Gerais, história que começou em 1985, ano de seu nascimento, marcada por uma geada devastadora que destruiu as plantações de café da família. Em decorrência dessa tragédia, o pai de Luiz Porto Júnior decidiu investir na fruticultura, culminando na produção de vinhos finos especiais com o desenvolvimento e potencialização da dupla poda da videira, incentivando as uvas a produzirem no inverno, aliando as condições climáticas perfeitas para que a uva pudesse atingir o auge da maturação. Hoje, o vinhedo é constituído de uma área de 12 hectares com 50.000 plantas em franca produção. É um legado que continua com alegria para trazer a cultura do vinhos ainda mais promissora para os brasileiros.
Arraial Velho do Rio das Mortes conheceu inicialmente um rápido crescimento, sendo elevada à categoria de cidade em 19 de janeiro de 1718 com o nome de Vila de São José del Rei, em homenagem a D. José, filho do rei D. João V.
Mas, hoje é conhecida como Tiradentes, uma cidade decadente após o ciclo do ouro, teve na preservação a sua salvação, e vive do turismo e gastronomia, abrigando um dos polos mais famosos de turismo no país.
E após o falecimento do patriarca, Luiz Porto Jr decidiu levar a vinícola para este reduto de arquitetura barroca preservada desde o século 18. Hoje executa toda a atividade de vinificação nesta cidade tão especial A família de Luiz Porto Junior é formada por suas 4 irmãs, Luiz é casado com Leticya e tem dois filhos, Conrado, de 3 anos, e Luiza, recém-nascida. E é quem lidera a vinícola nesta revolução acontecida nas Montanhas Mineiras.
A vinícola produz um espumante Sur Lie, este é um espumante que não passou pelo processo de dégorgement, ou seja, o fermento permanece dentro da garrafa mesmo após finalizada a segunda fermentação. Na verdade, o nome significa nas borras ou nas folhas, em francês. Este processo confere ao vinho espumante sur lie características únicas de aromas, sabores e texturas. As borras ou borras referem-se à matéria sólida residual após a fermentação, e são compostas por leveduras mortas e outras substâncias provenientes das próprias uvas. Os vinhedos da vinícola possuem as uvas vitis vinifera cultivadas são Pinot Noir, Merlot, Shiraz, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon. Além das variedades brancas Chardonnay e Sauvignon Blanc.
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